Ao visitar o Brasil, muitos estrangeiros se surpreendem ao saber que nós comemos iguarias como coração de galinha e abacate batido com leite e açúcar. Mas, lá fora, pode acontecer o contrário: em quase todos os cantos do mundo, há países com receitas culinárias capazes de chocar o viajante brasileiro, seja por sua aparência ou sabores exóticos.
Experimentá-las pode ser uma tarefa complicada para os estômagos mais sensíveis, mas faz parte de explorar a cultura do local visitado. Abaixo, conheça algumas das comidinhas mais estranhas para olhos brasileiros disponíveis em locais turísticos ao redor do globo.
Roedor assado, no Peru
Ao visitar o território peruano, porém, o brasileiro pode se assustar ao ver, em diversos restaurantes da nação sul-americana, um prato composto por um animal que lembra um rato assado: trata-se do cuy (na foto acima), um roedor que era consumido pelos incas e que até hoje é apreciado por lá.
Quando vivo, o bichinho tem aspecto fofo: é pequeno e peludinho, o tipo de mascote que uma criança gostaria de ganhar. Cozinheiros peruanos, entretanto, adoram meter os cuys sobre a brasa e servi-los inteiros e crocantes, com o formato de seu corpo quase que totalmente preservado (incluindo a cabeça), para seus clientes.
Saborear um cuy é como consumir uma asinha de frango: a carne é escassa e difícil de ser retirada dos ossos, mas é bem saborosa. Um dos melhores lugares para provar a iguaria é a cidade de Cuzco, onde há diversos restaurantes que servem a receita.
Coração de vaca e carne de lhama, na Bolívia
Vizinha do Peru, a Bolívia também tem receitas com potencial para surpreender o viajante brasileiro. Uma delas é o anticucho (na foto acima, também encontrada em território peruano), que é o coração da vaca (ou de outros animais de grande porte) fatiado, assado e servido em espetos ao lado de batatas temperadas com molho picante de amendoim.
Extremamente saborosa e suculenta, a iguaria é muito vendida em barraquinhas de rua de cidades como La Paz (e costuma ser consumida por bolivianos durante a madrugada, depois de uma balada. Os nativos dizem que ela ajuda a prevenir a ressaca).
As carismáticas lhamas também se transformam em comida no território boliviano: por lá, não é difícil encontrar restaurantes servindo enormes filés feitos com a carne do animal andino (que tem sabor forte e é dura para ser mastigada).
Aranhas, no Camboja
O Camboja é um dos países mais legais da Ásia: lá estão, por exemplo, os sítios arqueológicos de Angkor, que abrigam lindos edifícios construídos pelo Império Khmer, uma civilização que, entre os séculos 9 e 15 d.C., dominou grande parte do Sudeste Asiático.
Entre uma ruína e outra, entretanto, o turista pode se assustar ao ver uma comidinha bem peculiar sendo vendida em barracas de rua, por ambulantes e até dentro de restaurantes: aranha frita.
São geralmente tarântulas que saem do fogo ainda preservando sua forma original. Muitas delas são servidas com um molho que lembra vagamente o sabor do shoyu: suas pernas ficam crocantes, enquanto o corpo é mais molenga e tem um sabor um tanto nojento para quem não está acostumado com este alimento. É preciso ter muito estômago para encarar a iguaria.
Carne de cavalo, na Sicília
Não são apenas países do terceiro mundo que têm receitas exóticas a olhos brasileiros. A Itália, por exemplo, famosa por suas populares massas, também oferece uma comida que pode chocar os viajantes do Brasil: carne de cavalo.
Bastante consumida na região da Sicília, a receita vem em um formato que lembra almôndegas e tem um sabor bem forte. Pergunte a um siciliano se ele não tem dó de consumir tão lindo animal e a resposta, provavelmente, será: “mas é uma delícia!”.
Se você se interessar pela iguaria, um dos melhores lugares para saborear carne de cavalo na Itália é a cidade de Catânia, um dos mais importantes centros urbanos do território siciliano.
Insetos, na Tailândia
País muito popular entre turistas, a Tailândia é uma nação que encanta os amantes da boa gastronomia. Sua culinária está recheada de pratos deliciosos (como o pad thai e as receitas feitas com curry verde), mas, no país asiático, o viajante brasileiro pode encontrar iguarias um tanto assustadoras.
Na região turística de Khao San Road, em Bangcoc, por exemplo, é possível encontrar barraquinhas e carrinhos vendendo uma grande variedade de insetos fritos, como gafanhotos e besouros, além de larvas e grilos.
Na vizinha China, por sua vez, há mercados turísticos que vendem escorpiões e cavalos-marinhos fritos.
Comida viva, no Japão
Você é daqueles que só comem peixes e frutos do mar frescos? Caso a resposta seja sim, saiba que há restaurantes no Japão que servem peixes, polvos e lulas fatiados ainda vivos. Trata-se de uma técnica conhecida como ikizukuri, que faz com que os bichos cheguem à mesa do cliente ainda se mexendo, com sua carne cortada pronta para ser consumida.
Para muitos, é uma maneira extremamente cruel de tratar os animais, mas, para muitos japoneses, o ikizukuri gera experiências gastronômicas extremamente saborosas: os restaurantes que servem este tipo de receita costumam ser bem caros. Há estabelecimentos deste tipo em Tóquio e nas cidades ao redor da capital japonesa, como Yokohama.
Baleia e língua de bacalhau, na Noruega
Outro país europeu com receitas diferentonas para o brasileiro é a Noruega. Na nação nórdica é possível comer carne de baleia, servida frita ou em um formato que lembra o do carpaccio. O sabor é bem forte e um dos melhores lugares para consumir a iguaria é nas ilhas Lofoten, no norte do país, acima do Círculo Ártico.
A Noruega é também um dos principais centros de pesca de bacalhau no mundo e, lá, o peixe (na foto acima) é consumido de formas diferentes das encontradas no Brasil: muitos dos noruegueses, por exemplo, adoram comer a língua e o caviar do bacalhau (ambos são bem saborosos).